5 Dicas que me ajudaram na transição de carreira

Como minha jornada em humanas me levou a área de TI

Kenya Moura
7 min readApr 21, 2019

O objetivo desse post é contar um pouco como foi minha jornada de transição de carreira para a área de tecnologia. Devo admitir que quando comecei a me desenvolver e via que pessoas estavam fazendo o mesmo que eu pelo meu exemplo, pensei mesquinhamente que me imitaram e que fizeram isso por acharem que se eu consegui, uma menina medíocre qualquer, eles também conseguiriam. Isso me fazia mal. Porém, hoje eu penso que expor minha história pode inspirar outras mulheres a terem coragem e ousadia, então estou aqui para isso!

Esse texto não é um “caminho das pedras” porque eu acho que cada um tem a sua jornada. Aqui eu separei 5 dicas que me ajudaram a tomar decisões e aprender ao longo da minha trajetória e espero que essas dicas ajudem você a tomar coragem e assumir protagonismo da sua jornada e que te dê inspiração para ser o que quiser!

AUTOCONHECIMENTO

A primeira dica de todas: autoconhecimento! Eu sou formada em Ciência Política e decidi por essa carreira principalmente devido as minhas motivações transformadoras com relação à cidade e ao país: analisando minhas motivações entendi que o curso me proporcionaria um conhecimento mais aprofundado sobre os vários aspectos que envolvem o funcionamento de nossas instituições e políticas públicas, que era o que eu queria desenvolver e trabalhar para alcançar as transformações que eu queria ver.

Durante o período da faculdade tive oportunidade de fazer intercambio e estagio, experiências que agregaram bastante conhecimento e me aproximaram cada vez mais das minhas pretensões com a minha graduação. Mas aí terminou a faculdade… Meu TCC foi sobre participação social na tomada de decisão na cidade, eu analisei o funcionamento de uma instituição participativa em Recife e cheguei a uma resposta bastante obvia: não funcionam como deveriam, ou seja, essas instituições não são suficientes para colocar o cidadão comum em contato com a política e com o que se está debatendo e decidindo.

Com essa pesquisa eu levantei uma série de perguntas, mas eu não apontava nenhuma solução, o que me incomodava. Eu ia seguir um mestrado para ampliar meu estudo a nível nacional, mas eu sabia que a resposta seria a mesma e isso não me motivava.

Foi então que eu cheguei em um impasse: e agora? O que eu quero para mim? Eu tinha chegado em um momento no qual todas (ou boa parte) das pessoas da minha turma da faculdade seguiram para o mestrado, que entendíamos que era o “rumo natural das coisas” de uma pessoa no meu curso: todo mundo no mínimo faz um mestrado depois que se forma. Então eu me via tendo que seguir esse caminho, mas ao mesmo tempo eu não via sentido, já que eu imaginava que ia estudar mais do mesmo e isso não me motivava… eu queria pensar em soluções e colocar a mão na massa! Não tinha mais ânimo para fazer diagnósticos de situações, eu queria resolvê-las!

Nesse momento da minha vida, por sorte e oportunidade, eu conheci a Fundação Estudar e fiz alguns cursos e conheci pessoas incríveis que me deram ferramentas para decidir com mais assertividade o que é o melhor para mim. Recomendo buscar materiais da Fundação Estudar para várias pessoas que estão em momentos decisórios na carreira ou em momentos de tomada de decisão difíceis, eles têm vários materiais e cursos que te ensinam ferramentas para decidir essas questões e ficar mais tranquilo com relação a sua jornada e trajetória (pelo menos foi assim comigo!).

Essas ferramentas de auto análise foram e continuam sendo essenciais para mim, pois a todo momento estou revisitando minha jornada e sigo me perguntando se o caminho que estou seguindo ainda faz sentido. É um exercício para a vida toda!

PROPÓSITO

Tá Kenya, tu falou e falou da tua vida e não falou como chegou na TI. Se acalme, vou chegar lá! e vai ser falando sobre essa segunda dica: tente ter um propósito claro!

Foi quando eu comecei a pensar na solução dos problemas que eu tinha levantado no meu TCC que começou meu envolvimento com TI. A tecnologia foi uma ferramenta que eu encontrei e que calhou muito bem com o momento de efervescência de soluções digitais para problemas reais.

Então quando me perguntam como eu cheguei na TI, eu acho que as pessoas a princípio acreditam que surgiu do nada “ah! Acho que TI dá dinheiro, quero!” Mas não é assim, minha jornada foi muito mais motivada pelo meu propósito.

Quando as pessoas me perguntam como faz para entrar em TI eu sempre respondo que, como qualquer decisão de carreira na vida, tem que fazer sentido para você, na sua jornada. Essa parte é importante para evitar frustrações diante de adversidades, quando você começar a avançar e estudar temas complexos e não tão divertidos: saber o porquê de estar nesta posição te dá forças para se dedicar e estudar motivada! (sim! Não foi de uma hora para a outra que cheguei aqui, seguir essa trajetória foi bastante difícil, exige bastante estudo, dedicação e disciplina!).

Nesse sentido, para eu encontrar meu caminho e meu propósito para poder fazer escolhas coerentes e que fizessem sentido com a minha trajetória, participei de iniciativas (novamente!) da Fundação Estudar, como o Catálise (Programa que trabalha autoconhecimento, propósito e autodesenvolvimento) e o Laboratório (Programa destinado à liderança de carreira) que me ajudaram a conhecer a mim mesma, entender o meu propósito e assim pensar em metas e ações para alcançá-lo, de maneira que meus esforços retroalimentaram minhas forças de seguir meu propósito e tomar a difícil decisão de desistir de tentar um mestrado em Ciência Política e desbravar esse mundo novo que eu tava arriscando conhecer.

Vale ressaltar também que tive uma série de privilégios que me permitiram tomar essas decisões difíceis, como por exemplo eu morava na casa dos meus pais com uma vida bastante confortável e podia me dar ao luxo que viver as custas deles por um tempo.

AUTODESENVOLVIMENTO

Uma vez que eu tinha analisado minhas motivações e meu propósito, e que eu sabia o caminho que queria seguir, chegou a hora de me capacitar para alcançar as metas que eu tinha estabelecido através do autodesenvolvimento!

Eu tenho essa ideia de que para qualquer coisa que você queira fazer da vida, independente se exige estudo acadêmico ou não, a gente tem que buscar se aprimorar.

Uma das primeiras coisas que fiz foi procurar por pessoas que trabalhavam no que eu queria (sim na cara dura! Mesmo sem conhecer as pessoas), procurei saber delas principalmente seus desafios diários, o que envolvia seu papel e quais habilidades a pessoa acreditava que a ajudavam em seu trabalho no dia a dia. Sabendo disso, eu listei coisas que eram minha fortalezas, ou seja, habilidades que eu já era forte (sim, isso também é importante de entender também para te motivar fazendo coisas que você é boa!), e minhas fraquezas, habilidades que eu não tinha e que precisava desenvolver.

Sabendo mais ou menos quais habilidades eu precisaria desenvolver, eu busquei diversos cursos online de universidades renomadas: existem plataformas muito interessantes com esses tipos de cursos, exemplos que eu usei mais foram cursos do Coursera e do EDX. Eu buscava sempre a grade curricular e focava nas coisas que eu queria desenvolver. Fiz diversos cursos e no final, quando eu tinha uma base legal para saber melhor a que eu queria me dedicar, eu fiz uma pós graduação na PUC Minas em Engenharia de Software. Eu achei o curso muito bom para início de carreira! Foi bastante útil e trouxe a base dos conhecimentos que eu precisava desenvolver, mas os estudos não se exaurem aí, tive que seguir me especializando e me atualizando, até porque nessa área as coisas se tornam ultrapassadas com certa velocidade.

Sendo bem sincera, fazer uma pós graduação foi uma decisão muito mais com propósito de ter no currículo um curso na área de TI do que para obter conhecimentos propriamente. Isso porque eu já estudava bastante nos cursos online, então eu já tinha acesso ao conhecimento em si, mas no meu caso eu não tinha experiência profissional para colocar no currículo, então eu entendi que ter uma pós graduação no currículo melhoraria minhas chances profissionais.

EVENTOS E NETWORKING

Como falei antes, o fato de não ter experiencia profissional pesa bastante para conseguir trabalho, mas além disso pesou também para mim porque eu estava estudando coisas muito legais e não estava aplicando tanto quanto gostaria. Isso porque eu aplicava meus conhecimentos em projetos pessoais: uma das minhas ideias eu apliquei para um programa de aceleração da Choice Artemisia, fui aprovada! Então recebi capacitação para desenvolver a minha ideia (foi muito legal!).

Mas só isso não bastava para mim (eu estava on fire! hahaha) então eu comecei a participar de um montão de eventos que ocorreram em Recife na época, desde palestras e workshops para falar de temas que eu não conhecia bem mas que me interessavam (por exemplo: palestra sobre Data Science da Women in Data Science — Recife, workshops sobre inception enxuta e prototipagem que a ThoughtWorks Brasil estava promovendo na época com a maravilhosa Marcely Santos e Rodrigo), até Startup Weekends e Hackathon, que são eventos mais mão na massa. Sim, eu tentei de tudo porque eu queria experimentar várias coisas para entender do que eu gostava, o que me motivava e assim saber qual caminho eu queria seguir.

Mas principalmente, além do conteúdo e da experiência mão na massa que esses eventos me proporcionaram, a principal riqueza de ter participado foi conhecer pessoas. Sério! tive oportunidade de conhecer pessoas incríveis, gente como a gente (eu tinha a ideia de que essas pessoas eram estrelas inacessíveis) que me inspiraram muito e me deram muito boas ideias que me fizeram crescer bastante e ampliar meu horizonte de visão.

DIVIRTA-SE DURANTE A JORNADA

Por fim, a última mas não menos importante dica que eu dou nesse processo de transição de carreira é divirta-se! Sim! Aprecie sua jornada, curta todas as experiências e aproveite esse momento de tomada de decisão de carreira para amadurecer, para se fortalecer e para se perdoar também, para ser grata e se permitir ousadias! Eu sofri muito no início, mas uma vez que eu me permiti sair da zona de conforto e que eu fui menos carrasca comigo mesma eu pude apreciar a vista e curtir a viagem, porque o caminho pode ser tão divertido quanto o destino! E se você não está feliz com suas decisões, é hora de revisitar todas as dicas que eu dei antes!

Se meu post foi útil para você deixe seu comentário abaixo! Se você gostaria que eu falasse de algo mais sobre mudança de carreira que ficou faltando, deixa comentários também! eu quero entender quais necessidades eu posso ajudar e fazer mais posts!

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Kenya Moura

Product Manager, Business Analyst, Political Scientist and all sort of crazy stuff